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The Place of the African University in the Emerging Global Higher Education Space

O lugar da universidade africana na construção de um espaço mundial do ensino superior

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Published on Friday, July 29, 2011

Abstract

Os decanos de faculdades das ciências sociais e humanas nas universidades africanas que desejam participar nesta conferência dos decanos terão de enviar um resumo da sua comunicação e o seu currículo. Os resumos de comunicação terão de dar entrada no CODESRIA o mais tardar a 31 de Julho de 2011.

Announcement

Conferência dos decanos de faculdades das ciências sociais e humanas : O lugar da universidade africana na construção de um espaço mundial do ensino superior

Apresentação:

O Conselho para o Desenvolvimento da Pesquisa em Ciências Sociais em África (CODESRIA) tem o prazer de informar sobre a realização da quarta sessão da sua iniciativa que visa reunir os decanos de faculdades das ciências sociais e humanas das universidades africanas. No âmbito da sua estratégia de apoio à Universidade africana, O CODESRIA criou este fórum que se reúne periodicamente e que permite aos gestores do sistema do ensino superior em geral, e aos decanos de faculdades das ciências sociais e humanas, em particular,

1. Meditar sobre suas experiências,
2. Trocar opiniões sobre os desafios com os quais estão confrontados,
3. Aprender uns com os outros e
4. Aproveitar da experiencia de cada um em relação às soluções encontradas para os diferentes problemas, de forma a permitir descobrir novas perspectivas comparativas no domínio do ensino superior em vias de transição. Cada conferência deve desembocar na publicação de uma obra que será ao mesmo tempo uma constatação e uma declaração sobre o estado das ciências sociais e humanas em África.

O CODESRIA, através dos seus programas, esteve na vanguarda do esforço feito em África com vista à consolidação e renovação das ciências sociais e humanas em África, com intervenções diversas e multidisciplinares. Partindo do princípio de que nenhuma sociedade pode esperar enfrentar os desafios de desenvolvimento sem investir nas ciências sociais e humanas, O CODESRIA quis dar uma certa amplitude aos seus esforços programáticos ao organizar a conferência anual dos decanos de faculdades das ciências sociais e humanas das universidades africanas. Esta iniciativa surge no momento em que a direcção académica e administrativa das universidades africanas sofre mudanças múltiplas e variadas, incluindo a entrada para a reforma de muitos dos pioneiros do período pós-independência e a assumpção de funções de direção por indivíduos pertencentes à segunda e terceira geração de pesquisadores. A conferência encorajará uma reflexão aprofundada por parte daqueles que ocupam posições de primeiro plano na direcção académica e administrativa. Ela oferecerá também a ocasião para criar uma rede dos decanos que ultrapasse as fronteiras geográficas, lingüísticas e de gênero que muitas vezes tendem a separá-los.

Para a sessão de 2011, que será organizada de 5 a 9 Dezembro de 2011, em Rabat (Marrocos), à margem da Assembleia Geral, o tema escolhido é: O lugar da universidade africana na construção de um espaço mundial do ensino superior. O contexto da globalização é também o da construção de um espaço mundial do ensino superior, cujos diferentes marcos foram entre outros colocados sucessivamente pela Convenção de Lisboa elaborada pelo Conselho da Europa e a UNESCO (1997), a Declaração da Sorbonne (1998), a de Bolonha (1999) e a cimeira de Berlim em 2003. Convém também salientar o papel considerável da UNESCO nas mudanças que intervêm a nível global como o mostram, por exemplo, as seis conferências regionais sobre o ensino superior (Cartagena das Índias, Macau, Dacar, Nova Deli, Bucareste e Cairo), assim como as Conferências mundiais de 1998 e 2009. Esta nova geografia que se desenha no Norte impõe, de uma maneira ou de outra, desafios ao mundo do ensino superior e da pesquisa em ciências sociais em África. O processo de Bolonha, que tinha como objetivo criar um espaço europeu do ensino e da pesquisa, integrando o parâmetro da mobilidade e da competitividade, acabou por ultrapassar o seu lugar original para se impor, através da reforma LMD ou 3-5-8, à universidade africana num momento particular da sua história. Com efeito, um olhar retrospectivo mostra que a crise que sacudiu as economias africanas desde os finais dos anos 70 e que atingiu seu paroxismo nos anos 80 (os lost decades) levou progressivamente à deterioração e à desestabilização da universidade africana, prejudicando a pesquisa, sobretudo aquela em ciências sociais. Na realidade, os problemas de massificação, de falta de financiamento e de infra-estruturas, de redução da qualidade, de fuga de cérebros e de fim de monopólio sobre a produção do saber a que a universidade africana está confrontada comprometem gravemente tanto a renovação dos conhecimentos como a do corpo profissional que os produz.

É a partir desta situação precária que a universidade africana se integra neste espaço mundial do ensino superior em construção que a submete ao paradigma neoliberal e à lógica da competitividade, e isto, num momento em que o saber torna-se um valor incomensurável e o cérebro humano “a mais importante infra-estrutura da nossa economia contemporânea” como o dizia Akilakpa Sawyerr.

Olhando para ela com mais cuidado, esta reforma unificadora que não dá muita importância à diversidade cultural, teve como consequência o escamotear da dimensão política da universidade, a única que permite tomar em conta as prioridades de desenvolvimento que se fixaram as sociedades africanas. Este fenômeno que faz com que a universidade africana se inscreva na lógica do espaço ou do mercado mundial do ensino superior não será ele a expressão de uma submissão total à ordem econômica e epistemológica dominante, que faz pouco caso do pluralismo, da igualdade e da equidade? Será que a universidade africana não arrisca a tornar-se cada vez mais um lugar periférico de produção do saber, e até um lugar de produção do saber periférico?

Como remediar esta situação e, sobretudo, que papel para as ciências sociais na afirmação de uma presença africana credível e de qualidade na nova aldeia global? Como é que as ciências sociais poderão ir além da fragmentação e, sobretudo, inscrever-se numa era pós-disciplinar que tome em conta a complexidade dos desafios? Como, através da pesquisa em ciências sociais, criar novas solidariedades entre diferentes partes do continente permitindo que se tome em consideração as necessidades de desenvolvimento das nossas sociedades, que são confrontadas com a pobreza, o HIV/SIDA, as mudanças climáticas, os problemas do meio ambiente, a desigualdade de gênero, etc.? Como, para responder a estes desafios de natureza variada, transformar o déficit em capital humano, que resulta da fuga de cérebro, numa fonte de oportunidades para a universidade e a pesquisa em ciências sociais em África? Como meditar sobre estes diferentes desafios sem questionar os mecanismos de financiamento da universidade que fazem parte da construção da autonomia da pesquisa. Com efeito, hoje, o essencial do financiamento da pesquisa em ciências sociais provém de investidores fora do continente que exigem cada vez mais uma obrigação de resultados em termos de impactos das actividades de pesquisa que financiam nas políticas elaboradas a nível local, nacional ou regional, bem como nas condições de vida das populações africanas. Como, nestas condições, ultrapassar o desafio do financiamento ao incitar os Estados africanos, as organizações regionais e até as organizações caritativas a financiar a pesquisa em ciências sociais de tal maneira que as prioridades sejam deles e não as dos investidores?
A reflexão terá de interessar-se também pelo lugar de instituições regionais como o CODESRIA, OSSREA, o projeto da universidade pan-africana da União Africana (UA), o CAMES, neste novo contexto e em relação a estes desafios que o século XXI impõe à África. De que maneira a acção destas organizações participa na criação de um espaço africano de ensino superior e de pesquisa, um lugar de coordenação e de reunião de recursos, de definição de currículo e programas que respondem melhor às necessidades da África, e de negociação para um lugar maior e um estatuto mais significativo para a universidade e a pesquisa africana no espaço mundial?

Tratar-se-á, em definitivo, de adotar uma abordagem prospectiva, reexaminar a missão da universidade africana neste espaço mundial do ensino superior em construção, incluindo as suas obrigações, os seus desafios e também as suas oportunidades.

Temas:

Entre as questões e os temas que serão abordados durante o colóquio científico figuram, a titulo indicativo, os seguintes:
- Pensar o amanhã, reinventar o nosso futuro;
- Renegociar o lugar de África no mundo;
- A integração africana;
- África e a revolução científica e tecnológica;
- O futuro das ciências sociais e das humanidades;
- Reforçar os sistemas africanos de ensino superior e de pesquisa;
- Mudanças climáticas, processos de adaptação e governação;
- Dinâmicas populacionais e políticas populacionais para o futuro;
- Viver juntos: cidadania local e pan-africana;
- Fazer com que a governação funcione para todos os africanos;
- Migração, cidadania e identidade;
- Diáspora africana e presença africana no mundo;
- Governar as cidades africanas;
- Manter a esfera pública aberta e democrática;
- Transformar a agricultura africana;
- O desenvolvimento industrial na era da globalização neoliberal;
- A gestão democrática e sustentável dos recursos naturais de África;
- África e os países emergentes: possibilidades de uma estratégia africana de engajamento;
- Transformar as relações de género;
- Direito, ética e sociedade;
- Os direitos humanos e a segurança humana no século XXI;
- Os novos desafios em matéria de segurança e paz;
- Novos movimentos religiosos em África e liberdade de pensamento e de expressão;
- Línguas, culturas e artes africanas e globalização;
- África e a promessa de uma nova revolução democrática;
- As novas formas de hegemonia, as novas formas de solidariedade.

Submeter um resumo:

Os decanos de faculdades das ciências sociais e humanas nas universidades africanas que desejam participar nesta conferência dos decanos terão de enviar um resumo da sua comunicação e o seu currículo. Um júri independente será formado pelo CODESRIA para fazer uma selecção anônima dos resumos recebidos e indicar os melhores.
Os resumos de comunicação terão de dar entrada no CODESRIA o mais tardar a 31 de Julho de 2011. Os decanos cujos resumos terão sido seleccionados deverão encaminhar suas comunicações ao CODESRIA o mais tardar até 31 de Agosto de 2011.
Os resumos e as comunicações devem ser enviados ao seguinte endereço: conference.deans@codesria.sn

Places

  • Université de Rabat
    Rabat, Kingdom of Morocco

Date(s)

  • Sunday, July 31, 2011

Contact(s)

  • Conferência dos decanos de faculdades das ciências sociais e humanas
    courriel : conference [dot] deans [at] codesria [dot] sn

Reference Urls

Information source

  • Marta Maia
    courriel : martamaia72 [at] yahoo [dot] fr

License

CC0-1.0 This announcement is licensed under the terms of Creative Commons CC0 1.0 Universal.

To cite this announcement

« The Place of the African University in the Emerging Global Higher Education Space », Call for papers, Calenda, Published on Friday, July 29, 2011, https://doi.org/10.58079/ivv

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