Como se investiga o conhecimento? Esta é uma questão central para os estudos da ciência. Durante 2011, uma série de palestras e workshops serão levados a cabo no Centro de Estudos Sociais, organizado pelo Núcleo de Estudos sobre Ciência, Economia e Sociedade, relacionados com as tendências de investigação em curso nos estudos da ciência e na sua intersecção com campos de investigação como saúde, meio ambiente, os seus públicos-alvo e suas diferenciadas implicações sociais.

Researching knowledge talks and workshops

Como se investiga o conhecimento? Esta é uma questão central para os estudos da ciência. Durante 2011, uma série de palestras e workshops serão levados a cabo no Centro de Estudos Sociais, organizado pelo Núcleo de Estudos sobre Ciência, Economia e Sociedade, relacionados com as tendências de investigação em curso nos estudos da ciência e na sua intersecção com campos de investigação como saúde, meio ambiente, os seus públicos-alvo e suas diferenciadas implicações sociais.

Esta série de eventos irá acompanhar o desenvolvimento dos vários projetos de investigação em curso no NECES.

As palestras são abertas a todos os pesquisadores, profissionais e estudantes que estão envolvidos ou que tenham interesse na matéria.

7 de outubro

Conferência “Uma ecologia política dos riscos: princípios para integrarmos o local e o global na promoção da saúde e da justiça ambiental”

17h Sala de Seminários, CES-Coimbra

Marcelo Firpo Porto - Centro de Estudos em Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), Fundação de Investigação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)

Organização: Rita Serra e João Arriscado Nunes (OSIRIS/NECES)

Resumo

As discussões sobre os riscos à saúde e ao ambiente estão freqüentemente associadas, em seu lado negativo, às tragédias humanas, à ignorância e ao desrespeito ao próximo e à natureza. Mas também, em seu lado positivo, ao potencial de aprendizado e à possibilidade de escolhermos um outro caminho de desenvolvimento que nos torne mais saudáveis, felizes e dignos. Afinal desenvolvimento, risco e tragédia correspondem ao existir humano da mesma forma que consciência, liberdade e responsabilidade.

Esta apresentação está baseada no livro “Por uma Ecologia Política dos Riscos” (Editora FIOCRUZ), escrito com a intenção de contribuir para o trabalho e o diálogo de diferentes pessoas, organizações e instituições que atuam na investigação e enfrentamento de problemas de saúde, trabalho e ambiente em contextos que denominamos de vulneráveis. Tais contextos são marcados por injustiças ambientais e estão presentes na realidade não somente brasileira, mas também de diversos países latino-americanos, africanos e asiáticos, embora a proliferação das desigualdades socioambientais também se encontre em inúmeros países ditos mais desenvolvidos. O livro aprofunda conceitos como complexidade, incertezas e vulnerabilidade, e aponta vários princípios éticos e metodológicos que contribuem para o desenvolvimento de análises integradas e contextualizadas de problemas ambientais voltadas à promoção da saúde e da justiça ambiental.

9 de outubro

10h-18h, Sala de Seminários, CES-Coimbra

Produção Compartilhada de Conhecimentos com Movimentos Sociais e Populações Vulneráveis

Organização: Rita Serra e João Arriscado Nunes (NECES)

Resumo:

Esta oficina aprofunda a importância da produção compartilhada de conhecimentos em torno de problemas de saúde e ambiente envolvendo diálogos entre grupos acadêmicos, movimentos sociais e populações atingidas por empreendimentos econômicos, políticas públicas e práticas institucionais. A partir dos referenciais da ecologia política e da justiça ambiental, da geografia política e do conceito de território, bem como das propostas de pesquisa ação ou das pesquisas participativas baseadas na comunidade, apresentaremos a construção de três projetos recentes:

1.a- Mapa da Injustiça Ambiental e Saúde no Brasil, construído a partir dos conflitos que vêm sendo trabalhados no âmbito da Rede Brasileira de Justiça Ambiental (ver www.conflitoambiental.icit.fiocruz.br);

1.b- Laboratório Territorial de Manguinhos: trata-se de um projeto de pesquisa ação integrando temas de cidadania, ambiente e saúde envolvendo pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz e moradores, principalmente jovens, que moram em Manguinhos, um território com cerca de 45 mil habitantes em 13 comunidades de favelas. Alguns resultados podem ser vistos em: www.conhecendomanguinhos,fiocruz.br.

1.c- Intermapas - diálogos entre a Justiça Ambiental, a Economia Solidária e a Agroecologia na construção de novas territorialidades. Trata-se de um projeto em desenvolvimento que articula vários mapas georreferenciados construídos com a participação de movimentos sociais. Os mapas são: Mapa da Injustiça Ambiental e Saúde no Brasil; Farejador da Economia Solidária; Agroecologia em Rede; e a Plataforma BNDES, que apresenta dados críticos sobre este banco estatal de denvolvimento.

Nota: workshop restrito a investigadores/parceiros de projectos do NECES

Nota Biográfica

Marcelo Firpo Porto é pesquisador titular do Centro de Estudos em Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), Fundação de Investigação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Rio de Janeiro, Brasil. Tem experiência na área de Saúde Colectiva, com ênfase em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador, trabalhando actualmente sobre os seguintes temas: abordagens integradas de riscos; justiça ambiental e ecologia política; vulnerabilidade social; complexidade, riscos e incertezas; princípio da precaução; promoção da saúde em áreas urbanas vulneráveis. Lecciona no programa de pós-graduação em Saúde Pública da ENSP/FIOCRUZ, na área de concentração "Processo Saúde-Doença, Território e Justiça". É autor, dentre outros, do livro " Uma ecologia política dos riscos: princípios para integrarmos o local e o global na promoção da Saúde e da justiça ambiental". É consultor do projecto de investigação “O envolvimento da ciência com a sociedade: Ciências da Vida, Ciências Sociais e públicos (BIOSENSE)”, coordenado por João Arriscado Nunes, em curso no CES.

17 de outubro

O Movimento dos grupos musicais em Saúde Mental

17h00, Sala 2, CES-Coimbra

Raquel Siqueira da Silva, Doutoranda pela Universidade Federal Fluminense/CES

Resumo

O tema da tese em andamento apresenta a formação de grupos musicais no cenário da Reforma Psiquiátrica na cidade do Rio de Janeiro, Brasil. E algumas controvérsias destas produções experienciadas em campo. Também encontra conexões com práticas musicais identificadas em Coimbra, em cenário de reestruturação do sistema de saúde mental. A Teoria Ator-Rede fomentada por Bruno Latour e outros autores baliza esta investigação.

Nota biográfica

Doutoranda e mestre em Psicologia pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Psicóloga (CRP 05/18050) e Musicoterapeuta (AMT-RJ 418/1). Professora das disciplinas: Musicoterapia em Saúde Mental e Psicopatologa no curso de bacharelado em Musicoterapia do Conservatório Brasileiro de Música-Centro Universitário (CBM-CEU). Fundadora e coordenadora do Centro de Música do Instituto Municipal Nise da Silveira. Atualmente em estágio doutoral no CES sob a orientação do prof. Doutor. João Arriscado Nunes e no Brasil é orientada pela prof. Doutora Márcia Oliveira Moraes. Este estágio doutoral tem o apoio da CAPES. Desenvolve trabalho na área de saúde mental há 20 anos e sua dissertação sobre este tema está disponibilizada integralmente no site www.slab.uff.br (produção acadêmica). Seus artigos publicados sobre este tema poderão ser encontrados no site da Plataforma Lattes (CNPQ). Ex-coordenadora do curso de bacharelado em Musicoterapia do CBM-CEU.