HomeElites, classe média e aristocracias
Lecture seriesSociology
Subjects
Published on Monday, March 04, 2013
Summary
Que é feito da aristocracia? Desapareceu ou transformou-se? Em memórias ou práticas, como é a presença da aristocracia na actual vida social? Onde e como está no século XXI? Tem alguma importância? A ideia central deste ciclo é a de questionar a ausência do estudo da aristocracia como uma presença atual na vida social. Como acabou a aristocracia? Ou será que se transformou? Onde e como está no século XX? Esta iniciativa procurar traduzir os saberes e ausências científicos em modos de estimular o debate atual sobre o lugar de cada um e do país no mundo.
Announcement
Apresentação
Quando o futuro escurece à nossa frente, olhamos instintivamente para trás a ver se compreendemos, naquilo que pode ser recuperado das nossas acções passadas, a razão de tal negrume.
As ideologias em luta, na Guerra Fria, abateram-se uma sobre a outra, esmagando-se mutuamente num discurso único tecnocrático, economicista, alegadamente anti-ideológico, na verdade maquiavelicamente montado (também pelas ciências sociais) para encobrir a verdade atrás de um labirinto de especialidades e especialistas, sábios na ignorância dos constrangimentos que tornam subordinados os respectivos conhecimen-tos aos poderes dominantes .
Comunismo, social-democracia, democracia cristã, liberalismo, nada serve as necessidades da actual situação, como o mostram a variedade de tentativas de partidos recentemente criados, em Portugal como noutros países da Europa. A esquerda, em concreto, resiste de derrota em derrota, à espera de um clamor de fundo que ninguém vislumbra e poucos desejam verdadeiramente que ocorra. (Onde ocorreu, foram sempre desilusões, até agora).
A história portuguesa sugere muitas hipóteses de saída para a crise de civilização, das quais a defenestração de Miguel de Vasconcelos é a mais recordada. Preferimos recordar a Encíclica Geração, versão medieval e em miniatura da “mais bem preparada geração de sempre”.
Em tese, se em vez de entendermos a história como uma luta polarizada entre capitalistas e trabalhadores a entendermos como uma luta tripartida entre burgueses e aristocratas, em que os favores dos populares, para um lado ou para outro, desequilibram a balança – ocorrendo, nesses casos, riscos de revolução, de descontrolo da situação por parte das elites – poder-se-ia rever a história e perspectivar o futuro quiçá de forma mais responsável e realista.
O CIES-ISCTE-IUL e o MRR-BG convidam à participação do desbravar das questões assim levantadas, através da apresentação e discussão de trabalhos universitários e políticos, como a genealogia das famílias dominantes em Portugal, o papel das Forças Armadas na história recente, os modos de apropriação das identidades urbanas e rurais pela aristocracia ascendente e descendente, as lutas pelo controlo das actividades culturais.
A concentração da propriedade do capital atingiu níveis inimagináveis. A 15 centésimas das pessoas existentes é atribuído o rendimento de 2/3 da riqueza mundial. Os 99,85% sentem-se impotentes perante as sucessivas arrancadas suicidas das instituições ajoelhadas perante o Deus dinheiro – instituições que impõem autocraticamente fidelidade aos seus funcionários, obrigados pelo emprego que, por privilégio, lhes coube (até agora). Obrigados e ansiosamente consumistas de recursos várias vezes acima das possibilidades do planeta dispõe. Enquanto humanos, a nossa dívida cresce anualmente, face à degradação do ambiente, ao qual não sobreviveremos. Os direitos do ambiente, das minorias humanas (na verdade a maioria), a felicidade e a própria dignidade humanas sofrem. O sector militar e de defesa, em 2010, gastaram 1.125 mil milhões de euros, Na zona da OCDE são 3% do PIB. Apenas 5% desse valor é pedido pela ONU, sem sucesso, para os programas de ajuda ao desenvolvimento mais urgente.
Os humanos, já se sabe, são capazes do melhor e do pior. Será que podemos entender em que condições de luta de classes o melhor emerge (de preferência antes do pior destruir tudo)?
Organização
Ciclo de conferências organizado pela Biblioteca Museu República e Resistência,
em colaboração com o CIES-IUL
Apoios
- CIES-IUL (CENTRO DE INVESTIGAÇÃO E ESTUDOS DE SOCIOLOGIA – INSTITUTO UNIVERSITÁRIO DE LISBOA)
- Bibliotecas Municipais de Lisboa
Programa
6 de Março de 2013
18:30-20:30
As estratégias de ocultação da aristocracia submetida – apresentação dos fundamentos e objectivos do programa
- António Pedro Dores
13 de Março de 2013
18:30-20:30
Os donos de Portugal
- Jorge Costa
Recomendação para visualização prévia do filme “Os donos de Portugal” de Jorge Costa,
em http://www.donosdeportugal.net/
3 de Abril de 2013
18:30-20:30
Tropa de elite
- Mário Tomé
17 de Abril de 2013
18:30-20:30
Gentrificação
- Walter Rodrigues
8 de Maio de 2013
18:30-20:30
Elite cultural
- Patrícia Oliveira
- Carlos Vargas
22 de Maio de 2013
18:30-20:30
Movimentos de transição representante do movimento
5 de Junho de 2013
18:30-20:30
“Elites, classe média e aristocracias”.
- Conclusões e comentários de Nuno Monteiro
Subjects
- Sociology (Main subject)
- Society > Economics
- Society > Political studies
Places
- Espaço Grandela - Biblioteca Museu República e Resistência, Estrada de Benfica, 419
Lisbon, Portugal (1500-078)
Date(s)
- Wednesday, March 06, 2013
- Wednesday, March 13, 2013
- Wednesday, April 03, 2013
- Wednesday, April 17, 2013
- Wednesday, May 08, 2013
- Wednesday, May 22, 2013
- Wednesday, June 05, 2013
Contact(s)
- CIES-IUL
courriel : cies [at] iscte [dot] pt
Reference Urls
Information source
- Marta Maia
courriel : martamaia72 [at] yahoo [dot] fr
License
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« Elites, classe média e aristocracias », Lecture series, Calenda, Published on Monday, March 04, 2013, https://calenda.org/240755