Announcement
Argumentaire
Les propositions devront se situer dans le cadre de la problématique suivante :
“Reprendre un emploi après un accident du travail”
1- Si nous retenons l’expression identité pour souligner la façon dont les agents sociaux perçoivent et évaluent leur propre existence et celle des autres, du fait des multiples processus de socialisation auxquels ils participent au cours de leur vie, le travail constitue sans aucun doute un facteur décisif de la construction des identités sociales. Les accidents du travail, quant à eux, en imposant une fracture dramatique dans la vie professionnelle, et, en conséquence, dans les autres dimensions de la vie des victimes – illustration parfaite, par la négative, de la centralité sociale des relations de travail – sont à l’origine d’une profonde déstructuration des identités.
Tout d’abord parce que les accidents affectent l’intégrité physique des sinistrés et donc l’image que chacun construit de son propre corps, ainsi que la vision que les autres pourront éventuellement en construire. Mais l’éloignement forcé du lieu de travail habituel provoque des sentiments de perte et de désajustement existentiel, le lieu de travail étant à la fois une configuration physico-matérielle (équipements, espace disponible, condition d’illumination, bruits, odeurs,...) et une interaction pratico-symbolique sui generis (conjugaison en apparence fortuite de savoirs pratiques, interconnaissance et coopération, rituels de convivialité, affinités électives de proximité, fidélités et modes plus ou moins spontanés de non-conformisme et résistances).
2- La rupture découlant de l’accident est, d’ailleurs, d’autant plus violente que la séparation du cadre du travail se prolonge dans le processus visant à obtenir une réparation des préjudices causés par l’accident par voie juridico-administrative et par le biais d’une relation avec la loi et les institutions impliquées (services publics, tribunaux, assurances) réservant souvent nombre de complications, difficultés et opacités. La familiarité avec le lieu de travail – qui n’est pas toujours gratifiante mais qui est prévisible – est remplacée, de façon abrupte, par l’incertitude, fréquemment vécue comme une oppression institutionnelle arbitraire, d’un labyrinthe de normes et de procédés auxquels les victimes d’accident doivent faire face sous peine d’être l’objet d’une deuxième exclusion sociale.
3- Mais l’accident de travail doit être entendu comme la conséquence de défaillances technico-organisationnelles qui, dans une entreprise donnée, sont à l’origine d’un dénouement tragique. Ainsi, si le retour à l’emploi se fait sans une intervention préalable, individuelle et collective, visant à améliorer les conditions de l’activité, le risque encouru n’est pas seulement que le processus antérieur se reproduise : il est également celui d’une probable détérioration de la santé, physique et psychique, d’une personne déjà fragilisée.
4- Le retour au travail s’insère donc dans une trajectoire qui commence avant l’éloignement du lieu de travail et qui se prolonge dans un processus de réinsertion professionnelle complexe, à plusieurs facettes, dont la configuration met au jour, assez généralement, des facteurs d’inégalité. Que ce soit en fonction du genre, de l’âge, du niveau scolaire, du secteur d’activité, de la situation professionnelle…, ce retour au travail peut prendre des configurations très différentes, et même résulter d’une accumulation d’inégalités susceptibles d’interagir de façon défavorable entre elles.
La reprise du travail constitue donc un objet de recherche et d’intervention dont les analyses méritent une diffusion plus large. Il doit en outre permettre d’identifier de nouvelles formes d’intervention dans et en dehors des entreprises, à différents niveaux, et en prenant en compte les questions touchant à l’amélioration des conditions de travail, ainsi qu’à toutes les formes de soutien (individuel, collectif et institutionnel) qui permettraient à la victime d’un accident du travail de retrouver une vie active décente.
Responsables du dossier
- Bruno Monteiro (Instituto de Sociologia, Universidade do Porto)
- Cláudia Pereira (Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, Universidade do Porto).
- José Madureira Pinto (Instituto de Sociologia, Faculdade de Economia, Universidade do Porto)
- Liliana Cunha (Centro de Psicologia da Universidade do Porto, FPCEUP)
- Marianne Lacomblez (Centro de Psicologia da Universidade do Porto, FPCEUP)
- Marta Santos (Centro de Psicologia da Universidade do Porto, FPCEUP)
- Vanessa Rodrigues (Faculdade de Letras da Universidade do Porto)
Les articles seront publiés dans l’une des langues de la revue (espagnol ou portugais). Cependant, les résumés des propositions, ainsi que les textes envoyés pour évaluation, peuvent être rédigés en français ou en anglais. Il reviendra ensuite aux auteurs de les traduire en espagnol ou en portugais, en tenant compte du résultat des évaluations et des suggestions proposées par la Direction de Laboreal.
Calendrier
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6 mai 2017 : envoi du résumé de la proposition (autour de 500 mots, comprenant un titre et cinq références bibliographiques).
- Jusqu’au 22 juin 2017 : communication du résultat de l’évaluation du résumé aux auteurs.
- 10 juillet 2017 : envoi de la proposition de l’article qui ne devra pas dépasser les 75 000 signes (espaces et références compris).
- Jusqu’au 4 septembre 2017 : évaluation de l’article et communication du résultat aux auteurs.
- Jusqu’au 2 octobre 2017 : envoi de la version finale de l’article.
Les propositions doivent être envoyées au secrétariat de la revue s un accident du travail se situt e et 5 r la Direction de Laboreal.e à l’adresse électronique suivante : laboreal@fpce.up.pt.
Argumento
As propostas deverão situar-se no âmbito da problemática definida a seguir.
“O regresso ao emprego após um acidente de trabalho”
1. Se reservarmos a expressão identidade para o modo como os agentes sociais passam a percecionar e avaliar a sua própria existência e a dos outros, em resultado dos múltiplos processos de socialização em que são envolvidos ao longo da sua existência, o trabalho é sem dúvida um factor decisivo na construção das identidades sociais. Por seu turno, os acidentes de trabalho, ao imporem uma dramática descontinuidade na vida profissional e, por extensão, nas dimensões pessoal e social da vida das suas vítimas – ilustração particularmente expressiva, pela negativa, da centralidade social das relações de trabalho –, causam uma profunda desestruturação das identidades.
Desde logo, porque os acidentes afetam a integridade física dos sinistrados e, consequentemente, a imagem que cada um constrói sobre o seu próprio corpo, bem como sobre a visão que os outros dele alegadamente formarão. Mas também porque o afastamento forçado dos locais do trabalho habitual, tomados como configuração físico-material (equipamentos, espaço disponível, condições de iluminação, ruídos, cheiros,…) e como interação prático-simbólica sui generis (conjugação só aparentemente fortuita de saberes práticos, interconhecimento e cooperação, rituais de convivialidade, afinidades electivas de proximidade, fidelidades e modos mais ou menos espontâneos de inconformismo e resistência), provoca nos sinistrados sentimentos de perda e de desajustamento existencial.
2. A ruptura decorrente do acidente torna-se, aliás, tão mais violenta, quanto mais a separação face ao quadro do trabalho for prolongada, no processo de tentativa de reparação por via jurídico-administrativa dos prejuízos causados pelo acidente, por um relacionamento com a lei e com as instituições envolvidas (serviços do Estado, tribunais, seguradoras) recheado frequentemente de atritos, dilações e opacidades. À familiaridade com o local de trabalho – nem sempre gratificante, mas previsível – sucede, abruptamente, a incerteza, vivida frequentemente como opressivo arbitrário institucional, de um labirinto de normas e procedimentos com o qual as vítimas do acidente têm de aprender a lidar, sob pena de serem objeto de uma segunda exclusão social.
3. Mas não podemos deixar de entender o acidente de trabalho como a consequência de falhas técnico-organizacionais que, numa determinada empresa, acabaram por originar um desfecho desastroso. Por isso, se o regresso ao emprego ocorrer sem ter havido previamente uma intervenção para a melhoria das condições do desempenho da atividade, individual e coletiva, o risco não é unicamente de ver reiterado o processo anterior: ele comporta igualmente a provável deterioração da saúde, física e psíquica, de alguém já fragilizado.
4. O regresso ao trabalho insere-se então numa trajetória que tem início antes do afastamento do local de trabalho e se prolonga num processo de reinserção profissional complexo, multifacetado, e cuja configuração revela, não raras vezes, fatores de desigualdade. Seja em função do género, da idade, do nível de escolaridade, do setor de atividade, da situação laboral…, este regresso ao trabalho pode ocorrer em moldes bastante diferenciados, até resultantes de fatores de desigualdade acumulados, suscetíveis de interagir desfavoravelmente entre si.
Trata-se, assim, de um objeto de pesquisa e de intervenção cujas análises merecem uma maior difusão, de modo a identificar novas vias de intervenção, no seio da empresa e fora desta, situando-se em vários planos e abarcando as questões de melhoria das condições de trabalho, mas também todas as formas de apoio (individual, coletivo, institucional) que permitam ao.à trabalhador.a acidentado.a um regresso decente à vida ativa.
Responsáveis pelo dossier
- Bruno Monteiro (Instituto de Sociologia, Universidade do Porto)
- Cláudia Pereira (Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, Universidade do Porto).
- José Madureira Pinto (Instituto de Sociologia, Faculdade de Economia, Universidade do Porto)
- Liliana Cunha (Centro de Psicologia da Universidade do Porto, FPCEUP)
- Marianne Lacomblez (Centro de Psicologia da Universidade do Porto, FPCEUP)
- Marta Santos (Centro de Psicologia da Universidade do Porto, FPCEUP)
- Vanessa Rodrigues (Faculdade de Letras da Universidade do Porto)
Os artigos serão publicados numa das duas línguas da revista (espanhol ou português). No entanto, os resumos das propostas bem como os textos dos artigos enviados para avaliação podem ser redigidos em francês ou em inglês. Os autores serão depois responsáveis pela tradução para espanhol ou português, tendo em consideração o resultado da avaliação e das sugestões transmitidas pela Direção da Laboreal.
Calendário
- 6 de maio de 2017: envio do resumo da proposta de contribuição, com cerca de 500 palavras, com título e 5 referências bibliográficas.
- Até 22 de junho de 2017: comunicação do resultado da avaliação do resumo aos autores.
- 10 de julho de 2017: envio da proposta de artigo, que não deve ultrapassar 75.000 caracteres, incluindo espaços e referências.
- Até 4 de setembro de 2017: avaliação do artigo e comunicação do resultado aos autores.
- Até 2 de outubro de 2017: data limite para envio da versão final do artigo.
As propostas de contribuições devem ser enviadas para o secretariado da revista, cujo endereço eletrónico é o seguinte: laboreal@fpce.up.pt.
Argumento
Las propuestas deben estar relacionadas con la problemática definida a continuación.
“Volver al trabajo tras un accidente laboral”
1. Si se reserva la expresión identidad para el modo como los agentes sociales perciben y evalúan su propia condición y la de los demás, debido a los diversos procesos de socialización en los que están involucrados a lo largo de su existencia, el trabajo es sin duda un factor decisivo en la construcción de las identidades sociales. A su vez, los accidentes de trabajo, al implicar una dramática ruptura en la vida profesional y, por extensión, en las dimensiones social y personal de sus víctimas (ilustración particularmente expresiva, de manera negativa, de la centralidad social de las relaciones laborales) causan una profunda desestructuración de las identidades.
Ante todo, porque los accidentes dañan la integridad física de los afectados y, en consecuencia, la imagen que cada uno construye de sí mismo, así como la visión que, presuntamente, los demás tienen de los accidentados. Pero también porque el alejamiento forzado de los lugares habituales del trabajo, considerados como configuración físico-material (equipos, espacio disponible, condiciones de iluminación, ruidos, olores,...) y como interacción práctico-simbólica sui géneris (combinación solo aparentemente fortuita de saberes prácticos, conocimiento mutuo y cooperación, rituales de convivencia, afinidades electivas de proximidad, fidelidades y modos más o menos espontáneos de inconformismo y resistencia), provoca en los afectados sentimientos de pérdida y de desajuste existencial.
2. La ruptura que resulta del accidente es tanto más violenta cuanto más larga es la separación del entorno del trabajo, por el proceso de busca de compensación por la vía jurídico-administrativa, por los perjuicios que el accidente causó y por una relación con la ley y las instituciones involucradas (servicios del Estado, tribunales, aseguradoras) llena de desavenencias, dilaciones y opacidades. A la familiaridad con el lugar de trabajo (no siempre gratificante, pero previsible) sucede, de forma abrupta, la incertidumbre (vivida frecuentemente como un opresivo arbitrario institucional) de un laberinto de normas y procedimientos con los cuales la víctima del accidente tiene que familiarizarse, bajo pena de sufrir una segunda exclusión social.
3. Pero no podemos dejar de entender el accidente de trabajo como la consecuencia de fallos técnico-organizacionales que, en una empresa dada, acabaron por originar un desenlace no deseado. Por consiguiente, si el regreso al trabajo ocurre sin que haya una intervención previa para mejorar las condiciones de desempeño de la actividad individual y colectiva, existe el riesgo no solo de reiteración del proceso anterior sino, también, del probable deterior de la salud física y psíquica de alguien que ya está fragilizado.
4. Así, volver al trabajo forma parte de una trayectoria que se inicia antes del alejamiento del lugar de trabajo y que se prolonga en un proceso de reinserción profesional complejo, polifacético y con una configuración que muchas veces revela factores de desigualdad. Ya sea por el género, la edad, el nivel de escolaridad, el sector de actividad, la situación laboral..., volver al trabajo puede ocurrir de formas muy distintas, incluso como el resultado de factores de desigualdad acumulativos, susceptibles de actuar desfavorablemente entre sí.
Se trata, pues, de un objeto de investigación y de intervención cuyos análisis merecen una mayor difusión, a fin de identificar nuevas vías de intervención, dentro de la empresa y fuera de ella, que se sitúen en diversos planos y que contemplen las cuestiones de mejoría de las condiciones de trabajo, además de todas las formas de apoyo (individual, colectivo, institucional) que posibiliten a los trabajadores accidentados regresar a la vida activa de forma digna.
Responsables del dossier
- Bruno Monteiro (Instituto de Sociologia, Universidade do Porto)
- Cláudia Pereira (Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, Universidade do Porto).
- José Madureira Pinto (Instituto de Sociologia, Faculdade de Economia, Universidade do Porto)
- Liliana Cunha (Centro de Psicologia da Universidade do Porto, FPCEUP)
- Marianne Lacomblez (Centro de Psicologia da Universidade do Porto, FPCEUP)
- Marta Santos (Centro de Psicologia da Universidade do Porto, FPCEUP)
- Vanessa Rodrigues (Faculdade de Letras da Universidade do Porto)
Los artículos se publicarán en uno de los dos idiomas de la revista (español o portugués). Sin embargo, los resúmenes de las propuestas, así como los textos de los artículos enviados para evaluación, se pueden redactar en francés o inglés. Los autores serán los responsables de la traducción para la versión española o portuguesa, teniendo en cuenta el resultado de la evaluación y las sugerencias de la Dirección de Laboreal.
Calendario
- 6 de mayo de 2017: Fecha límite de envió de propuestas con el contenido siguiente: un título, un resumen de 500 palabras máximo y 5 referencias bibliográficas.
- Hasta el 22 de junio de 2017: Información a los autores del resultado de la evaluación de los resúmenes.
- 10 de julio de 2017: Fecha límite de envió del artículos completo, que tendrá como extensión máxima, 75 000 caracteres, incluyendo espacios y referencias.
- Hasta el 4 de septiembre de 2017: Información a los autores de la evaluación de su artículo.
- Hasta 2 de octubre de 2017: fecha límite de envió de la versión final del artículo.
Las propuestas de contribución se deberán enviar a la secretaría de la revista, al correo electrónico siguiente: laboreal@fpce.up.pt.