Announcement
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa: 3 e 4 de Maio; on-line: 5 de Maio de 2023
Apresentação
Num primeiro poema de guerra, Pátroclo repreende: “nas nossas mãos está o desfecho da guerra; o das palavras é no conselho. Por isso, não interessa falar, mas sim combater”. Do mesmo modo, o seu correspondente Heitor exorta: “morrei ou salvai-vos, pois é assim que se namora na guerra”. Por outro lado, com menos fé está Aquiles: “igual porção cabe a quem fica para trás e a quem guerreia […] a morte chega a quem nada faz e a quem muito alcança”. Em salto titânico, interrogamo-nos como uma princesa, em Guerra e Paz: “não entendo por que os homens não podem viver sem a guerra”; ou nos manifestamos com um conde: “que coisa horrível é a guerra!”.Entre o inevitável e o inútil, entre a natureza e a liberdade, no horror de quem a vive, na arte que a pensa, na filosofia que a retoma, a guerra tem sido pensada, descrita, combatida e reinventada. Resistir, acção sem acção, parece ser a única hipótese. Mas como? Primo Levi resiste pela memória e pela poesia nos versos que “dançam na minha cabeça”. O seu companheiro Elias resiste roubando, “para ele, acto vital como respirar ou dormir”. Porém, resistir já é o que todos fazemos dia-a-dia. Aliás, é Alberto, melhor amigo de Levi, quem conclui: “esta vida é uma guerra”, mas também Bernardo Soares: “toda a vida é guerra, e a batalha é, pois, a síntese da vida”. Poderíamos, então, pensar na arte, na literatura e na filosofia como linhas principais de resistência à guerra, à vida? “Só aos poetas e aos filósofos compete a visão prática do mundo, porque só a esses é dado não ter ilusões. Ver claro é não agir. Tudo quanto é acção, seja guerra ou raciocínio, é falso”, continua Soares, desafiando Pátroclo. Resistir, acção não-acção, talvez seja uma própria forma de vida na arte, pois que, e ainda com Soares, “a arte serve de fuga para a sensibilidade que a acção teve que esquecer. A arte é a Gata Borralheira, que ficou em casa porque teve que ser”.Assim sendo, serve este repto-rapto de Helena para os interessados em participar neste concílio das palavras, tentando fazer uma (ir)reflexão sobre a guerra, entre a resistência e a existência, nas artes, literatura e filosofia, abrindo-se aos mais corajosos eixos temáticos, aos quais se deve submeter cada comunicação:Memória, arquivo, espoliação
- Testemunho, protesto, correspondência
- Mapas, territórios, fronteiras
- Conflito, desentendimento, partilha
- Fuga, migração, exílio
- (Pós)Colonialismo, imperialismo, movimentos de independência
Submissão de propostas
Nota Bene: As comunicações do colóquio poderão apresentadas em português, inglês, francês e castelhano.
O título e a proposta de comunicação poderão ser redigidos em português, inglês, castelhano ou francês, em formato word ou pdf, até 300 palavras. Incluir ainda uma nota biográfica até 200 palavras.
As propostas serão enviadas para o e-mail coloquio.guerra@gmail.com, com o assunto “Proposta de comunicação”.
Prazos:
-
Envio de propostas: até 28 de Fevereiro
- Resposta de aceitação: 10 de Março
- Inscrição: até 30 de Março
Taxa de inscrição: 60€
Organização
IELT/FCSH
Comissão organizadora: Ana Sofia David, Golgona Anghel, Sérgio das Neves
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa: 3rd and 4th of May; on-line: 5th of May 2023
Argument
In a first war poem, Patroclus scolds: “for the sum of war lies in strength of hands, the sum of words in council; therefore there is no need to pile up words, but to do battle”. In the same way, his companion Hector exhorts: “either to perish or survive; for this is the communion of war”. On the other hand, a not so faithful Achilles: “the fate is the same if a man hangs back, and if he battles greatly, […]; they die alike, both the man who has done nothing and he who has accomplished many things”. In a titanic leap, we ask ourselves as a princess in War and Peace: “I don’t understand, I decidedly do not understand, why men can’t live without war”; or we intervene as an earl: “what a terrible thing war is!”
Between the inevitable and the useless, between nature and freedom, in the horror of those who live it, in the art that thinks it, in the philosophy that resumes it, war has been thought, described, fought, and reinvented. Resistance, action without action, seems to be the only option. Primo Levi resists through memory and poetry in the verses that “dance in my head”. His companion Elias resists, stealing, “to him they imply a vital act like breathing or sleeping”. However, we all already resist day by day. In fact, it is Alberto, Levi’s best friend, who concludes: “this life is war”, but also Bernardo Soares: “all life is war, and the battle is life’s synthesis”. Could we, then, think of art, literature, and philosophy as main lines of resistance to war, to life? “Only poets and philosophers see the world as it really is, for only to them is it given to live without illusions. To see clearly is to not act. Every form of action, from war to logical reasoning, is false”, continues Soares, challenging Patroclus. Resisting, action-non-action, is perhaps a way of life in art, since, and still in Soares’ words, “art gives shelter to the sensibility that action was obliged to forget. Art is Cinderella, who stayed at home because that’s how it had to be”.
Therefore, this challenge-abduction of Helena serves those interested in participating in this council of words, trying to make a (ir)reflection on war, between resistance and existence, in the arts, literature and philosophy, opening to the most courageous thematic axes, to which each communication must be submitted:
1 – Memory, archive, spoliation
2 – Testimony, protest, correspondence
3 – Maps, territories, borders
4 – Conflict, disagreement, assignations
5 – Escape, migration, exile
6 – (Post)colonialism, imperialism, independence movements
Submission guidelines
The title and the communication proposal can be written in English, Portuguese, French or Spanish, in word or pdf format, up to 300 words. Also send us a biographical note up to 200 words.
Proposals should be sent to the address coloquio.guerra@gmail.com, with the subject “Communication proposal”.
Nota Bene: The Colloquium activities will take place in English, Portuguese, French and Spanish
Deadlines:
-
Submissions: February 28, 2023
- Acceptance notification: March 10, 2023
- Registration: March 30, 2023
Organization
IELT/FCSH
Organizing committee: Ana Sofia David, Golgona Anghel, Sérgio das Neves
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa: 3 y 4 de Maio; on-line: 5 de Mayo de 2023
Argumentos
En un primer poema bélico, Patroclo reprende: “las batallas se ganan con los puños, y las palabras sirven en el consejo. Conviene, pues, no hablar, sino combatir”. Del mismo modo, su correspondiente Héctor clama: “ya muera, ya se salve, que tales son los lances de la guerra”. En cambio, con menos fe está Aquiles: “La misma recompensa obtiene el que se queda en su tienda, que el que pelea con bizarría; […] y así muere el holgazán como el laborioso”. En un salto titánico, nos interrogamos como una princesa, en Guerra y Paz: “No comprendo por qué los hombres no pueden vivir sin guerras”; o manifestamos como un conde: “¡qué cosa más terrible es la guerra!”.
Entre lo inevitable y lo inútil, entre la naturaleza y la libertad, en el horror de quien la vive, en el arte que la piensa, en la filosofía que la retoma, la guerra ha sido pensada, descrita, combatida y reinventada. Resistir, la acción sin acción, parece ser la única opción. ¿Pero cómo? Primo Levi resiste a través de la memoria y la poesía en los versos que “me bailan en la cabeza”. Su compañero Elías resiste robando, para él, “un acto vital como cualquier otro, como respirar y dormir”. Sin embargo, resistir ya es lo que hacemos día a día. De hecho, es Alberto, el mejor amigo de Levi, quien concluye: “esta vida es una guerra”, pero también Bernardo Soares: “toda la vida es una guerra, y la batalla es, pues, la síntesis de la vida”. ¿Podríamos, entonces, pensar el arte, la literatura y la filosofía como las principales líneas de resistencia a la guerra, a la vida? “Sólo a los poetas y a los filósofos compete la visión práctica del mundo, porque sólo a éstos les es concedido el no tener ilusiones. Ver claro es no hacer. Todo cuanto es acción, sea la guerra o el raciocinio, es falso”, continúa Soares, desafiando a Patroclo. Resistir, acción no-acción, es quizás una forma muy propia de vida en el arte, ya que, y aún con Soares, “el arte sirve de fuga a la sensibilidad a la que ha tenido que olvidar la acción. El arte es la Gata Cenicienta, que se quedó en casa porque tuvo que ser”.
El reto-rapto de Helena sirve así a los interesados en participar en este consejo de palabras, tratando de hacer una (ir)reflexión sobre la guerra, entre la resistencia y la existencia, en las artes, la literatura y la filosofía, abriéndose a los ejes temáticos más audaces, a los que deberá someterse cada comunicación:
- Memoria, archivo, expoliación
- Testimonio, protesta, correspondencia
- Mapas, territorios, fronteras
- Conflicto, desacuerdo, distribución
- Fuga, migración, exilio
- (Post)colonialismo, imperialismo, movimientos independentistas
Modalidades de proposiciones de ponencias
Nota Bene: Las actividades del Coloquio se desarrollarán en castellano, portugués, francés y inglés.
Cuota de inscripción: 60€
El título y la propuesta de comunicación pueden estar escritos en castellano, portugués, inglés, o francés, en formato word o pdf, hasta 300 palabras. También incluya una nota biográfica de hasta 200 palabras.
Las propuestas se enviarán a coloquio.guerra@gmail.com, con el asunto “Propuesta de Comunicación”.
Fechas:
-
Presentación de propuestas: hasta el 28 de febrero
- Notificación a los autores: 10 de marzo
- Inscripción: hasta el 30 de marzo
Organización
IELT/FCSH
Comité organizador: Ana Sofia David, Golgona Anghel, Sérgio das Neves
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa : 3 et 4 de mai; on-line : 5 de mai de 2023
Argumentaire
Dans un premier poème de guerre, Patrocle réprimande : « Les bras décident au combat, la parole au Conseil. Il ne s’agit point ici de parler, mais de se battre. » De même, son compagnon Hector exhorte : « Que chacun se porte au combat et y trouve ou sa perte ou son salut, car tel est le commerce de la guerre. » D’autre part, avec moins de foi est Achille : « Égale part d’estime attend les lâches et les preux. […], la mort est la même pour tous. » En saut titanesque, nous nous demandons comme une princesse, dans Guerre et Paix, « Je ne comprends pas pourquoi les hommes ne peuvent pas vivre sans guerre » ; ou nous nous manifestons comme un comte, « Quelle terrible chose que la guerre ! »
Entre l’inévitable et l’inutile, entre la nature et la liberté, dans l’horreur de ceux qui la vivent, dans l’art qui la pense, dans la philosophie qui l’adopte, la guerre a été pensée, décrite, combattue et réinventée. Résister, agir sans action, semble être la seule chance. Mais comment ? Primo Levi résiste par la mémoire et la poésie dans les vers qui « traversent l’esprit ». Son compagnon Elias résiste, il vole : « pour lui, un acte vital aussi naturel que manger ou dormir ». Cependant, résister est déjà ce que nous faisons tous au jour le jour. En fait, c’est Alberto, le meilleur ami de Levi, qui conclut « cette vie est une guerre », mais aussi Bernardo Soares, « La vie entière est une guerre, et toute bataille, par conséquent, est une synthèse de la vie ».
Pourrions-nous alors penser à l’art, à la littérature et à la philosophie comme les principales lignes de résistance à la guerre, à la vie ? « Seuls les poètes et les philosophes possèdent une vision réaliste du monde, parce que ceux-là seuls sont exempts d’illusions. Voir clair, c’est ne point agir. Toute action, guerre ou raisonnement, est erronée », poursuit Soares en défiant Patrocle. Résister, l’action non-action, est peut-être un mode de vie lui-même dans l’art. En effet, et toujours avec Soares, « l’art sert d’issue à la sensibilité que l’action s’est vue obligée d’oublier. L’art est la Cendrillon qui est restée à la maison, parce qu’il l’a bien fallu ».
Ainsi, ce défi-enlèvement d’Hélène sert à ceux qui sont intéressés à participer à ce conseil des mots, en essayant de faire une réflexion sur la guerre, entre résistance et existences, dans les arts, la littérature et la philosophie, en s’ouvrant aux axes thématiques les plus courageuses, auxquels chaque communication doit être soumise.
1 – Mémoire, archive, spoliation
2 – Témoignage, protestation, correspondance
3 – Cartes, territoires, frontières
4 – Conflit, désaccord, assignations
5 – Fuite, migration, exil
6 – (Post)colonialisme, impérialisme, mouvements indépendantistes
Nota Bene: Les activités du Colloque auront lieu en français, en portugais, en anglais et en espagnol.
Frais de participation: 60€
Modalités de contribution
Le titre de la proposition de communication pourront être rédigés en français, en portugais, en anglais ou en espagnol, au format word ou pdf, jusqu’à 300 mots. Inclure également une note biographique de 200 mots maximum.
Les propositions sont à envoyer à l’adresse coloquio.guerra@gmail.com, avec pour objet “Proposition de communication”.
Dates à retenir:
-
Envoi des propositions : jusqu’au 28 février 2023.
- Envoi des notifications d’acceptation : 10 mars 2023.
- Inscription : jusqu’au 30 mars 2023.
Frais de participation: 60€
Organisation
IELT/FCSH
Comité organisateur: Ana Sofia David, Golgona Anghel, Sérgio das Neves