AccueilA crise da(s) socialização(ões)?

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Publié le jeudi 26 janvier 2012

Résumé

A socialização é um termo âncora da sociologia. De certa forma, a partir de E. Durkheim, a socialização condensa em si todo um programa teórico perseguido por algumas correntes estruturantes do pensamento sociológico: o processo pelo qual uma sociedade comunica valores e saberes e garante a sua continuidade e coesão. O estudo dos processos de socialização constitui-se, deste modo, como um tema central do pensamento sociológico.

Annonce

Call for Posters até 15 de Fevereiro

Data: 19 e 20 de abril de 2012

Local: Braga, Universidade do Minho, Portugal

La version française est en bas de l'annonce

Organização:

Association Internationale des Sociologues de Langue Française (AISLF); Departamento de Ciências Sociais da Educação – Instituto de Educação – Universidade do Minho; Centro de Investigação em Educação (CIEd); Centro de Investigação em Ciências Sociais (CICS); Centro de Estudos Comunicação e Sociedade (CECS)

Ficha de Inscrição on-line: https://docs.google.com/spreadsheet/viewform?hl=pt_PT&formkey=dFBKX1BVRmRQQzZfcTJVYWJnbkw4Z1E6MQ#gid=0

Estrutura:

Será um colóquio internacional, bilingue, com tradução simultânea, com conferencistas e comunicantes convidados. A primeira manhã e a tarde do segundo dia serão dedicadas a conferências especialmente encomendadas; a tarde do primeiro dia e a manhã do segundo dia terão dois painéis cada (total de quatro), cada um deles com dois comunicantes e com um comentador.

Uma sessão especial será dedicada à discussão de posters, aplicações multimédia e “distribued papers” sobre o tema do colóquio (em português e francês) apresentando resultados de pesquisa de terreno. Dois comentadores encarregar-se-ão da apresentação. Serão selecionados 30 produtos comunicantes.

Propósito:

A socialização é um termo âncora da sociologia. De certa forma, a partir de E. Durkheim, a socialização condensa em si todo um programa teórico perseguido por algumas correntes estruturantes do pensamento sociológico: o processo pelo qual uma sociedade comunica valores e saberes e garante a sua continuidade e coesão. O estudo dos processos de socialização constitui-se, deste modo, como um tema central do pensamento sociológico.

Com a modernidade, a transmissão dos valores e saberes sociais assumiu formas institucionais e normativas, que se consagraram especialmente em torno da família nuclear, da escola e das organizações de trabalho. Durante décadas, o pensamento sociológico discutiu os processos através dos quais diferentes grupos sociais operavam processos distintos de socialização primária familiar e eram sujeitos à socialização secundária, realizada no contexto da escola pública, reprodutora do capital social dos grupos socialmente hegemónicos. Noutro domínio, procurou-se discernir estilos de vida e dinâmicas de ação de indivíduos des-socializados, em ruptura com as normas dominantes, portadores de projetos de vida alternativos ou exibindo comportamentos desviantes. Em qualquer dos casos, o discurso sobre a socialização representou-se sob o modo de uma imposição socialmente realizada, condição necessária ao laço social e à vida colectiva, sem deixar margem de liberdade ao indivíduo para configurar a sua própria norma e estabelecer o laço social a partir de uma proposta em consonância com visões do mundo e projetos de vida diferenciados.

As transformações de uma sociedade em movimento, marcada pela incerteza e inscrita nas rotas do risco social, assinalam o lugar da socialização como um processo em crise, em correlação direta com o declínio das organizações sociais, especialmente as que são investidas da ação socializadora: a família nuclear e a escola.

Deste modo, a radicalização do princípio da autonomia do sujeito – já inscrito no processo histórico desde a afirmação dos direitos do homem, mas agora promovido a fundamento da “sociedade dos indivíduos” (Elias) – e da pluralidade dos valores e visões do mundo, inerente a sociedades abertas, pluralistas e multiculturais, fazem emergir não apenas a pluralização das socializações, como a ruptura com os processos e dispositivos em que esta se sustenta.

Na auto-construção biográfica, que a radicalização da autonomia propõe, são mobilizados referenciais legitimadores de proveniência variada, para além da família e da cultura escolarmente transmitida: os grupos de pares, as tribos urbanas, os ídolos mediáticos.

Face à vertigem dos princípios e lógicas de ação das instituições socializadoras, emergem como agências promotores de novas sociabilidades as redes informais, os clubes desportivos e de fãs, em algumas redes de consumo, induzidas por processos fidelizadores de produtos do mercados.

Com a abertura de formas de comunicação virtual e à distância, escrevem-se novas narrativas afiliadoras nos chats de conversação, nas redes sociais informáticas, no intercâmbio frenético de imagens, de ideias e de possibilidades de percepção de outras formas de existência?

Com a emergência das sociedades multiculturais promovem-se formas de convivência cosmopolita, questionam-se estereótipos constitutivos de sentidos comunitários ou, alternativamente, reafirmam-se modos de constituição de comunidades-fortaleza, reacendem-se crenças e inventam-se hiperidentidades isolacionistas?

No quadro da análise da turbulência gerada na normatividade constituída, é propósito do colóquio interrogar o sentido da(s) socialização(ões) na contemporaneidade. Essa interrogação debruçar-se-á sobre as transformações e mudanças familiares, a escola, as crianças e a sua educação, as relações intra e intergeracionais, as organizações de trabalho e a influência dos média. Em comum a todos estes níveis e contextos de análise, uma mesma questão: como ocorre a transmissão de valores e saberes na era da “socialização para a individualização” (Beck e Gershein-Beck) e da crise e multiplicação das narrativas fundadoras da modernidade? Será que o conceito de socialização ainda nos fundeia num porto seguro de análise da produção do pensamento sociológico? Finalmente, será que a crise da(s) socialização(ões) não será, também, a crise do próprio conceito de “socialização”? Que outras formas de pensar o social se disponibilizam para pensar os processos de construção dos laços sociais?

Apelo à Participação

As propostas de comunicação (poster, « distribued paper » ou aplicação informática), devem ser apresentadas num texto de 1500 caracteres, enviado o mais tardar até 15 de fevereiro de 2012 para o endereço cics@ics.uminho.pt, com o título “proposta colóquio socializações”.

O texto deve mencionar:

  • O nome, endereço eletrónico, endereço postal e contacto telefónico do autor (ou autores)
  • O estatuto profissional e a instituição do autor (ou autores);
  • O objeto da comunicação, os fundamentos em que se sustenta, ao trabalho empírico realizado. As comunicações devem apresentar as principais referências teóricas e metodológicas.
As comunicações serão examinadas e selecionadas (até 30) pelo Comité Científico que divulgar a os resultados da sua análise até ao dia 15 de março de 2012

Contactos  :

  • Manuel Jacinto Sarmento, IE, UMinho, sarmento@ie.uminho.pt
  • Angela Matos, CICS, Uminho cics@ics.uminho.pt

Appel à contribution

La crise de(s) socialisation(s)?

Colloque International
Braga, Universidade do Minho, Portugal,
19 et 20 avril, 2012

Organisation:

Association Internationale des Sociologues de Langue Française (AISLF); Departamento de Ciências Sociais da Educação – Instituto de Educação - Universidade do Minho (DCSE-UMinho); Centro de Investigação em Educação (CIEd); Centro de Investigação em Ciências Sociais (CICS); Centro de Estudos Comunicação e Sociedade (CECS)

Structure:

C’est un colloque international et bilingue (portugais, français), avec traduction simultanée. Les conférenciers et les communicants seront invités par le Comité d'organisation. Les conférences auront lieu le matin du premier jour et l’après-midi du deuxième; deux séances de communication se tiendront l'après-midi du premier jour. Le même pour le matin du deuxième jour. Chaque séance aura un discutant de communication. Une session spéciale sera employée à la discussion de 30 « posters », d’applications multimédia et/ou de "distribued papers » sur le sujet du colloque (en portugais et en français) y compris des présentations de recherches sur le terrain. Deux discutants seront chargés de l’analyse des textes.

Objectif:

Le concept de socialisation est un point d'ancrage de la sociologie. D'une certaine manière, à partir de E. Durkheim, la socialisation condense en elle-même tout un programme théorique, poursuivie par certains courants de la structuration de la pensée sociologique actuelle: Il s’agit du processus par lequel une société communique des valeurs et des connaissances et assure sa continuité et sa cohésion. L'étude des processus de socialisation constitue, par conséquent, un thème central de la pensée sociologique.

Avec la modernité, la transmission des valeurs sociales et des connaissances a pris des formes institutionnelles et des normes qui se sont inscrites tout particulièrement autour de la famille nucléaire, de l'école et des organisations du travail. Pendant des décennies, la pensée sociologique a discuté les aménagements par lesquels les groupes sociaux opéraient à des différents processus de socialisation primaire chez la famille, ou se soumettaient au capital culturel socialement hégémonique, par le biais de la socialisation secondaire qui se manifestait dans le contexte de l'école publique. Dans un autre domaine, la pensée sociologique a essayé de discerner les modes de vie et l'action dynamique des individus « désocialisés », soit disant des individus qui avaient des projets de vie alternatifs ou des comportements déviants qui étaient en contradiction avec les normes dominantes.
En tout cas, le discours sur la socialisation s’est représenté sur un mode d’imposition normatif, vu comme la condition nécessaire au lien et à la vie collective, sans marge de liberté pour l’individu de fixer sa propre norme et d'établir les rapports sociaux qui seraient en accord avec des visions du monde et des projets de vie différentiés.

Les transformations d'une société en mouvement, marquée par l'incertitude et marchant sur les routes du risque social, marque la socialisation comme un processus en crise, en corrélation directe avec le déclin des institutions sociales, en particulier de celles qui y ont investi: la famille nucléaire et l'école. Ainsi, la radicalisation du principe de l'autonomie du sujet – déjà inscrite, au début de la modernité, dans le processus historique de l'affirmation des droits humains, mais maintenant élu comme principe nucléaire dans la «société des individus» (Elias) – et la pluralité des valeurs et des visions du monde, inhérente à une société ouverte, pluraliste et multiculturelle, fait ressortir non seulement la pluralisation de la socialisation mais aussi la rupture avec les procédures et les dispositifs qui peuvent la soutenir.

Dans la construction autobiographique, que la radicalisation de l'autonomie propose, sont mobilisés des repères de légitimation d'origines variées, au delà de la famille et de la culture académique transmise: les groupes de pairs, les tribus urbaines, les idoles médiatiques.
Etant donné le vertige des principes et de la logique de l'action des institutions de socialisation, d’autres agences émergent comme promotrices de nouvelles sociabilités: les réseaux informels; les clubs sportifs et d’amitiés; certains réseaux de la consommation, induites par les marchés.

Avec les nouvelles formes de communication virtuelle et à distance, on écrit de nouveaux récits d’affiliation par la conversation en chat, par les réseaux sociaux informatiques, par l'échange frénétique d'images qui puissent se configurer comme des idées et des possibilités de perception d'autres formes d'existence?

Avec l'émergence de sociétés multiculturelles on construit des formes de vie cosmopolite, on questionne les stéréotypes constitutifs du sens-commun ou, alors, on réaffirme les modes de formation des communautés-forteresse, on revivifie les croyances et on invente des hyper-identités isolationnistes?

Tenant en compte l'analyse de la turbulence produite au sein de la normativité établie, le colloque a comme propos celui de questionner le sens de(s) socialisation(s) dans le monde contemporain. Ce questionnement renversera sur les bouleversements et les changements familiaux et scolaires, sur les enfants et son éducation, sur les relations intra et intergénérationnelles, sur l'influence des médias. Conjointe à tous ces niveaux et contextes d'analyse, une question d’ensemble se pose: quelle est la transmission des valeurs et des connaissances dans l'ère de la «socialisation à l'individualisation" (Beck et Gershein-Beck) et de multiplication des grands récits fondateurs de la modernité? Le concept de socialisation est-il encore un refuge sûr dans l'analyse de la production de la pensée sociologique? Finalement, la crise de(s) socialisation(s) n'est/ne sont elle (s) pas aussi la crise du concept de «socialisation»? Quelles autres formes de penser le social se présentent disponibles pour examiner les processus de construction des liens sociaux?

Appel à contribution

Les propositions doivent être présentées dans un texte de 1500 signes, adressé à cics@ics.uminho.pt pour le 15 février 2012 au plus tard, avec le titre « proposition colloque socialisations »

Ce texte doit mentionner :

  • les noms, prénoms, adresse électronique, coordonnées postales et téléphoniques de l’auteur (ou des auteurs) ;
  • le statut professionnel, l’institution de rattachement de l’auteur (ou des auteurs) ;
  • l’objet de la contribution, le terrain et/ou la documentation sur laquelle elle s’appuie, le travail empirique qui a été conduit. Les propositions doivent également présenter les références théoriques et la méthodologie qui ont inspiré leur démarche.
Ces propositions seront examinées et sélectionnées (jusqu'à 30) par le Comité scientifique, qui rendra son avis le 15 mars 2012.

Contacts:

  • Manuel Jacinto Sarmento, IE, UMinho, sarmento@ie.uminho.pt
  • Angela Matos, CICS, Uminho cics@ics.uminho.pt

Catégories

Lieux

  • Bragança Paulista, Brésil

Dates

  • mercredi 15 février 2012

Contacts

  • Angela Matos
    courriel : cics [at] ics [dot] uminho [dot] pt

Source de l'information

  • Marie Pellen
    courriel : marie [dot] pellen [at] openedition [dot] org

Licence

CC0-1.0 Cette annonce est mise à disposition selon les termes de la Creative Commons CC0 1.0 Universel.

Pour citer cette annonce

« A crise da(s) socialização(ões)? », Appel à contribution, Calenda, Publié le jeudi 26 janvier 2012, https://doi.org/10.58079/k3g

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