AccueilDo reino das sombras: figurações da morte

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Publié le lundi 23 avril 2012

Résumé

Convidam-se académicos, investigadores e professores de diferentes disciplinas a apresentarem comunicações sobre tópicos relacionados com congresso Do reino das sombras: figurações da morte, desde que inscritos nalgum dos seus âmbitos de investigação (Estudos Clássicos, Estudos Literários e Linguísticos, Filosofia, Psicologia, História,Teologia, Estudos Artísticos e Culturais) e numa das suas duas linhas temáticas fundamentais: 1-As narrativas acerca da morte na Antiguidade Greco-Latina, quer na sua versão mítica, quer histórica; 2- As reinterpretações literárias, filosóficas, psicológicas e artísticas de mitos e narrativas sobre a morte, quer em autores antigos quer em autores posteriores.

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Apresentação

A Antiguidade Clássica greco-latina deixou ao mais fundo do nosso imaginário social europeu - à nossa mais íntima matriz de identidade cultural - um importantíssimo legado, o do mito. Foi, na verdade, através das narrativas míticas, histórias umas vezes simples e outras mais complexas, com as acções exemplares dos deuses e dos mortais por pano de fundo, que aprendemos a reconhecer à nossa volta o mundo natural, aceitando o sobrenatural, a encarar a mudança, vivendo a alegria e a dor, e a compreender a vida e a morte, encontrando no devir o permanente; foi, sobretudo, através delas que aprendemos a ouvir o inaudível, a dizer o indizível, e a incorporar no silêncio da nossa perplexidade a explicação do inexplicável.

O mito, indefinível por natureza, é sempre uma manifestação de cultura enigmática. Porque congrega de forma complexa, através de representações simbólicas estratificadas, não só a liberdade da imaginação, mas também os limites da experiência humana, e a intuição íntima das origens e dos fins últimos dos fenómenos, ele oferece aos homens, desde a aurora dos tempos, um meio privilegiado de dar sentido à vida e de organizar de alguma forma, à margem da consciência científica, a imprevisibilidade do universo. Inicialmente inscrito no âmbito do religioso, ele exerceu desde a Antiguidade uma incontestável força de atracção espiritual, e uma incomparável influência sobre todos os domínios do pensamento, mesmo quando, já desvinculados da antiga consciência mítica pela crescente expansão dos conhecimentos científicos, os homens se habilitaram a perspectivar as suas mundividências pelos rigores de outras lógicas.

Ao longo dos séculos, mesmo após o triunfo do Cristianismo, o seu fascínio acabou por irradiar a praticamente todas as esferas da vida humana, alimentando sobretudo o riquíssimo caudal da inspiração artística: a partir de um reportório de memórias colectivas, as referências míticas, vazadas em diversas formas de expressão, através de peculiares sensibilidades e contextos históricos, por poetas, dramaturgos, pintores, escultores, e músicos, reapropriam-se do passado clássico, e reconstroem-no, moldando a recursos sempre novos as valências simbólicas primevas.

Ao propor uma ruptura mágica com as coordenadas físicas do tempo e do espaço, o mito garante à imaginação do homem uma vivência transcendente da universalidade e da intemporalidade, isto é, do absoluto, e não deixa de se insinuar ainda em todas as mediações simbólicas do pensamento contemporâneo.

No conjunto das narrativas míticas que maior fascínio exercem sobre o espírito humano destacam aquelas têm por tema a morte, esse evento absolutamente singular e incontornável, que define a essência dos homens, enquanto seres mortais, destinados a morrer.

Tarde ou cedo, por via directa ou indirecta, inesperada ou antecipada por circunstâncias prévias, a morte invade inevitavelmente o quotidiano de todos os homens, arrasta a sua consciência para o terreno da dúvida e da dor, confronta a sua alma com o absurdo e o absoluto, e fá-lo de algum modo compreender que, inscritos na linha de uma breve temporalidade, todas as suas realizações presentes e todos os seus projectos de futuro estão tingidos de incompletude.

Quer aceite pensá-la, ou pretenda ilusoriamente ignorá-la, a presença da morte ensombra sempre paradoxalmente o sentido da vida, e abre de forma radical a consciência do homem para a certeza angustiante da sua própria dramática finitude, diante dos outros e do mundo, mas também, sobretudo, diante de si mesmo, da sua solidão irrepetível, e do insondável absoluto que todos os seus sonhos e projecções trazem em semente…

Todas as questões fundamentais que se prendem com o sentido da vida, intrinsecamente minadas pela intuição ameaçadora do vazio, se reflectem de forma especular e trágica no mais essencial dos questionamentos, o da morte: toda a experiência humana se torna, pois, consciente ou inconscientemente, a vivência antecipada dessa perplexidade que é a morte - o limite último que empresta ao anseio mais fundo do homem a mais enigmática e justa medida.
Não causa, pois, espanto que, a quase três mil anos das primeiras narrativas míticas do Ocidente sobre a morte, este tema continue a exercer ainda hoje, no mundo contemporâneo, estruturado sobre condicionalismos circunstanciais tão distintos, uma influência tão desconcertante.

Na sequência de duas iniciativas anteriores do Centro de Estudos Filosóficos e Humanísticos da Faculdade de Filosofia de Braga (o Colóquio Interdisciplinar A Expressão Mítica dos Afectos, em 2009, e o Colóquio Internacional Interdisciplinar “Mitos e heróis: a expressão do imaginário”, em 2010), e produto do mesmo desejo de promover e aprofundar uma reflexão crítica estimulante sobre a permanência e repercussão do imaginário mítico da Antiguidade Clássica na Literatura e na Cultura Ocidentais de todos os tempos, a Linha de Investigação em Estudos de Literatura e Cultura da mesma instituição vem agora propor à comunidade académica, entre os dias 25 e 27 de Outubro de 2012, a realização do Congresso Internacional “Do reino das sombras: figurações da morte”.

Áreas Temáticas

O tema do Congresso, estruturado a partir da conjugação interdisciplinar de múltiplos âmbitos de investigação (Estudos Clássicos, Estudos Literários e Linguísticos, Filosofia, Psicologia, História, Teologia, Estudos Artísticos e Culturais), pretende reflectir sobre duas linhas temáticas essenciais:

1-As narrativas acerca da morte na Antiguidade Greco-Latina, quer na sua versão mítica, quer histórica
2- As reinterpretações literárias, filosóficas, psicológicas e artísticas de mitos e narrativas sobre a morte, quer em autores antigos quer em autores posteriores.

Organização

O Centro de Estudos Filosóficos e Humanísticos da Faculdade de Filosofia da Universidade Católica Portuguesa, em Braga, através do Projecto de "Matrizes Clássicas - da Antiguidade à Modernidade", da Linha de Investigação Estudos Literários e Culturais.

Comissão Organizadora e Secretariado

  • Ana Paula Pinto (Coordenadora)
  • Carlos Bizarro Morais
  • João Amadeu Carvalho da Silva
  • João Carlos Onofre Pinto
  • José Cândido Oliveira Martins
  • Maria José Ferreira Lopes
  • Artur Alves (Secretariado)
  • Manuela Taveira (Secretariado)

Conferencistas Convidados

  • Antoni Blanch (Universidad de Comillas, Madrid)
  • Daniel Serrão (Universidade do Porto)
  • José Tolentino de Mendonça (Universidade Católica Portuguesa, Lisboa)
  • Lélia Parreira Duarte (Universidade Federal de Minas Gerais)
  • Miguel García-Baró (Universidad de Comillas, Madrid)
  • Santiago López-Moreda (Universidad de Extremadura, Cáceres)

Comissão Científica

  • Alfredo Dinis (Universidade Católica Portuguesa, Braga)
  • Ana Paula Pinto (Universidade Católica Portuguesa, Braga)
  • Antoni Blanch (Universidad de Comillas, Madrid)
  • João Manuel Duque (Universidade Católica Portuguesa, Braga)
  • José Eduardo Franco (Universidade de Lisboa)
  • Lélia Parreira Duarte (Universidade Federal de Minas Gerais)
  • Maria Helena Rocha Pereira (Universidade de Coimbra)
  • Mário Garcia (Universidade Católica Portuguesa, Braga)
  • Miguel António Gonçalves (Universidade Católica Portuguesa, Braga)
  • Miguel García-Baró (Universidad de Comillas, Madrid)
  • Nuno da Silva Gonçalves (Pontifícia Università Gregoriana, Roma)
  • Santiago López-Moreda (Universidad de Extremadura, Cáceres)
  • Virgínia Conceição Soares Pereira (Universidade do Minho)

Chamada de Comunicações

Convidam-se académicos, investigadores e professores de diferentes disciplinas a apresentarem comunicações sobre tópicos relacionados com o CONGRESSO INTERNACIONAL “DO REINO DAS SOMBRAS: FIGURAÇÕES DA MORTE” (25 A 27 DE OUTUBRO DE 2012), desde que inscritos nalgum dos seus âmbitos de investigação (Estudos Clássicos, Estudos Literários e Linguísticos, Filosofia, Psicologia, História, Teologia, Estudos Artísticos e Culturais) e numa das suas duas linhas temáticas fundamentais:

1-As narrativas acerca da morte na Antiguidade Greco-Latina, quer na sua versão mítica, quer histórica
2- As reinterpretações literárias, filosóficas, psicológicas e artísticas de mitos e narrativas sobre a morte, quer em autores antigos quer em autores posteriores.

Resumos e textos das comunicações

Os resumos das comunicações propostas não devem ultrapassar as 500 palavras (excluindo referências) e devem explicitar claramente objetivos e questões, enquadramento teórico e métodos de análise, dados e resultados esperados. Não podem mencionar o(s) autor(es) nem a sua instituição ou endereço. O assunto do e-mail deverá ter a palavra "resumo" e o corpo do e-mail deverá conter a seguinte informação:

1. nome(s) do(s) autor(es)
2. instituição(ões) a que pertence(m)
3. título da comunicação
4. um (ou mais) dos âmbitos de investigação acima referidos
5. endereço completo
6. endereço electrónico (e-mail)
7. número de telefone e/ou fax
8. área temática em que preferencialmente se inscreve a comunicação.

Os resumos deverão ser enviados em anexo, preferencialmente em formato Word ou RTF (também em versão PDF se contiver símbolos especiais), para os seguintes endereços electrónicos oficiais:

mitosemorte2012@gmail.com (endereço do Congresso)
appinto@braga.ucp.pt (endereço da coordenadora)

Cada comunicação não deverá exceder os 20 minutos.

Para a eventualidade de publicação posterior num volume de Actas, os textos das comunicações, entregues durante o Colóquio, logo após a sua apresentação, serão sujeitos a uma nova avaliação por uma Comissão Científica a designar pela Organização do Colóquio;
os textos, acompanhados de um resumo em Inglês, e escritos segundo as normas de estilo da Revista Portuguesa de Humanidades (www.rphumanidades.com), não podem exceder as
5000 palavras.

Prazos

O prazo limite previsto para a submissão dos resumos é o dia 25 de Maio de 2012. Propõe-se como data de notificação dos resultados aos conferencistas inscritos o dia 25 de Junho de 2012, depois de os membros da Comissão Científica terem tido ocasião de avaliar anonimamente os resumos das conferências relativas aos seus respectivos âmbitos de investigação.
Mediante a Comunicação dos resultados, a Comissão Organizadora oficializará as inscrições para Comunicações e concluirá a formulação definitiva do programa a divulgar.

Inscrições

De 26 de Junho a 31 de Julho:

Geral: 120 Euros
Estudantes graduados: 80 Euros
Estudantes não graduados e colaboradores institucionais: 40 Euros

A partir de 1 de Agosto:

Geral: 150 Euros
Estudantes graduados: 100 Euros
Estudantes não graduados e colaboradores institucionais: 50 Euros

Contactos

T: +351 253 208 075 (Artur Alves) / +351 253 206 100
F: +351 253 208 073

E: mitosemorte2012@gmail.com

 

Lieux

  • Largo da Faculdade, 1 (Universidade Católica Portuguesa)
    Bragança Paulista, Brésil

Dates

  • vendredi 25 mai 2012

Contacts

  • a/c Ana Paula Pinto ~
    courriel : appinto [at] braga [dot] ucp [dot] pt

Source de l'information

  • Marta Maia
    courriel : martamaia72 [at] yahoo [dot] fr

Licence

CC0-1.0 Cette annonce est mise à disposition selon les termes de la Creative Commons CC0 1.0 Universel.

Pour citer cette annonce

« Do reino das sombras: figurações da morte », Appel à contribution, Calenda, Publié le lundi 23 avril 2012, https://doi.org/10.58079/kqz

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