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Apresentação
O homem ocidental lutou, durante séculos, contra a sua própria animalidade, refugiando-se na civilização e na cultura como forma de contrariar o regresso às origens ou a um grau zero da natureza humana.
Serviu-se da sua extraordinária capacidade de transformação do ser vivo em geral (que, aliás, o distingue dos outros animais) para criar novas formas de vida que vieram revolucionar a própria natureza e a teoria do sujeito-animal.
Com efeito, a emergência de uma robótica autónoma e das manipulações do ser vivo pela biotecnologia deram origem ao aparecimento de criaturas híbridas (clones, cyborgs, robots e outros seres artificiais) que tornam problemática a distinção entre o artificial e o natural, o humano e o inumano, obrigando o anthropos a repensar-se ao espelho da (sua) animalidade e a repensar as suas relações com os outros animais, humanos e não-humanos.
Na realidade, a ciência modificou a natureza humana de tal forma que a humanidade se encontra num ponto de viragem radical na sua história, tendo a espécie humana perdido o privilégio de que sempre usufruiu em benefício de indivíduos inéditos, fabricados pelas novas tecnologias.
Neste contexto de indefinição ontológica, mas também de desmoronamento trágico da biodiversidade e do meio-ambiente, em que aumentam as preocupações relativamente ao futuro do homem e das suas relações com as outras espécies, como preservar uma definição do ser humano ? Torna-se, então, premente refletir sobre o futuro da humanidade a partir de novas perspetivas que talvez suponham o regresso a uma certa animalidade ou até a uma reanimalização do homem.
O objetivo deste colóquio é criar um espaço de reflexão eminentemente plural e interdisciplinar sobre esta problemática, apelando ao diálogo entre diferentes perspetivas e disciplinas.
Convidamos, assim, à apresentação de propostas de trabalhos nas áreas das ciências, literatura, teoria literária, filosofia, história, estudos culturais e artes, tais como a pintura, a fotografia, o cinema, a banda desenhada, etc.
Possíveis linhas temáticas
- Anti-humanismos, pós-humanismos e transumanismos ;
- Animalismos, especismos et zoofuturismos ;
- A relação do homem moderno com a sua essência animalesca e desumanização ;
- Novas ontologias do corpo. Devires e metamorfoses. Hibridismos e deformação ;
- Diluição dos limites ontológicos entre o humano e o não-humano : emergência da triangulação homem/animal/artefacto ;
- Ficções pós-humanistas : utopias e distopias ;
- Zoopoéticas da hipermodernidade : deceção pós-humanista e retorno do/ao animal ;
- Homens, animais e meio-ambiente. A animalidade como memória de origem e re-ligação com as forças da natureza ;
- Geocídio e desumanização : imaginários do apocalipse ;
- Biodiversidade, conservação das espécies e teorias do Antropoceno.
Submissão de propostas
As propostas devem ser enviadas para coloquioanimalidade@fcsh.unl.pt, até ao dia 30 de abril de 2022, acompanhadas por um resumo da comunicação (máximo 250 palavras) e uma breve biografia do autor (150 palavras).
Línguas de trabalho : português, francês, inglês e espanhol.
Mais informações aqui.
Calendário
- 30 de abril : data limite para o envio das propostas de comunicação ;
- 15 de maio : decisão da comissão científica ;
- 30 de junho : data limite para inscrição no colóquio ;
- 5 de setembro : divulgação do programa ;
- 26, 27 e 28 de outubro : realização do colóquio.
Pagamentos
- Participantes sem apresentação de comunicação : entrada livre
- Estudantes e investigadores do IELT : 50€
- Participantes com apresentação de comunicação : de 15 de maio a 15 de junho : 80€ - de 16 a 30 de junho : 100€
A inscrição só será considerada efetiva após a realização do pagamento, cujo comprovativo deverá ser digitalizado e enviado para o e-mail coloquioanimalidade@fcsh.unl.pt, juntamente com a ficha de inscrição entretanto disponibilizada. O comprovativo de pagamento deverá vir acompanhado do nome, NIF e morada que deverão constar no recibo. O pagamento deverá ser efetuado por depósito ou transferência bancária para a seguinte conta da FCSH - Universidade NOVA de Lisboa :
IBAN : PT50 0018 000321419114020 13
BIC/SWIFT : TOTAPTPL
informação útil
As sessões decorrerão presencialmente no Colégio Almada Negreiros (Campus de Campolide, 1099-085, Lisboa) e online (o link de acesso será indicado oportunamente);
Comissão organizadora
Universidade NOVA de Lisboa - Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (NOVA FCSH)
Instituto de Estudos de Literatura e Tradição (IELT)
Colégio Almada Negreiros (CAN), Campus de Campolide, 1099-085 Lisboa, Portugal.
- Ana Paiva Morais (IELT - NOVA FCSH)
- Carlos Carreto (IELT - NOVA FCSH)
- Márcia Seabra Neves (IELT - NOVA FCSH)
- Sara Graça da Silva (IELT - NOVA FCSH)
October 26, 27 and 28, 2022
Universidade NOVA de Lisboa - School of Social Sciences and Humanities (NOVA FCSH)
Institute for the Studies of Literature and Tradition (IELT)
Format
The sessions will take place at Colégio Almada Negreiros (Campus de Campolide, 1099-085, Lisbon) and online (the access link will be indicated in due course).
Argument
For centuries, the Western man has fought against his own animality, taking refuge in civilization and culture as a means to counter the return to the origins, or to a zero level of human nature.
Making use of an extraordinary capacity for transformation (which distinguishes him from other animals), man has created new ways of life that came to revolutionise the subject-animal’s own nature and theory.
In effect, the emergence of an autonomous robotics and the manipulation of living beings through biotechnology gave rise to the appearance of hybrid creatures (clones, cyborgs, robots and other artificial entities) that make the distinction between the artificial and the natural, or the human and the inhuman, problematic, forcing the anthropos to rethink both itself in the mirror of (its) animality, as well as its relationship with other animals, human and non human.
Indeed, science has modified human nature in such a way that humanity finds itself in a radical turning point in its history, having lost the privilege it has always enjoyed for the benefit of unprecedented individuals, manufactured by new technologies.
In this context of ontological uncertainty, but also of the tragic collapse of biodiversity and the environment, in which preoccupations for the future of man and his relationship with other species increase, how shall one preserve a definition of human being? It is thus pressing to reflect on the future of humanity from new perspectives that might assume a return to a certain animality or even to a reanimalization of man.
The aim of this colloquium is to create a plural and interdisciplinary space for reflection on these issues, calling for a dialogue between different perspectives and disciplines.
We invite paper proposals in the areas of science, literature, literary theory, philosophy, history, cultural studies, and arts such as painting, photography, cinema, comic books, etc.
Possible thematic lines
- Anti-humanisms, posthumanisms and transhumanisms;
- Animalisms, speciesisms and zoo futurisms;
- Modern man’s relationship with his animalistic essence and dehumanisation;
- New body ontologies. Becomings and metamorphoses. Hybridisms and deformities;
- Dilution of the ontological limits between the human and the non human: emergence of the triangulation man/animal/artefact;
- Post-humanist fictions: utopias and dystopias;
- Zoopoetics of hypermodernity: post-humanist disappointment and return of/to animal;
- Men, animals and the environment. Animality as memory of origin and reconnection with the forces of nature;
- Geocide and dehumanisation: apocalyptic imaginaries;
- Biodiversity, species conservation and Anthropocene theories.
Submission guidelines
Working Languages: Portuguese, French, English and Spanish.
Submission of Proposals: Proposals should be sent to coloquioanimalidade@fcsh.unl.pt
until April 30th 2022,
accompanied by an abstract (max 250 words) and a short bionote (150 words).
Calendar
-
April 30th: deadline for submission of proposals;
- May 15th: Scientific Commission decision;
- June 30th: deadline for registration;
- September 5th: programme publication;
- October 26, 27 and 28: Colloquium.
Fees
- Participants without paper presentation: free entry;
- IELT researchers and students: 50€;
- Participants with paper presentations:
- From May 15th to June 15th: 80€
- From June 16th to June 30th: 100€
Registration will only be considered after payment, whose confirmation must be digitalized and sent to coloquioanimalidade@fcsh.unl.pt, with the registration form that will be made available in due time. Payment confirmation must contain name; VAT number, and address information. Payment must be made through a deposit or bank transfer to the following FCSH - Universidade Nova de Lisboa account:
IBAN: PT50 0018 000321419114020 13
BIC/SWIFT: TOTAPTPL
Publication: Participants will be subsequently invited to submit the written version of their papers for selection for publication in an e-book.
Organising Committee
- Ana Paiva Morais (IELT - NOVA FCSH)
- Carlos Carreto (IELT - NOVA FCSH)
- Márcia Seabra Neves (IELT - NOVA FCSH)
- Sara Graça da Silva (IELT - NOVA FCSH)
26, 27 et 28 octobre 2022
Universidade NOVA de Lisboa – Faculté de Sciences Sociales et Humaines (NOVA FCSH)
Institut d´Études de Littérature et Tradition (IELT)
Format
Les séances auront lieu en présentiel au Colégio Almada Negreiros (Campus de Campolide, 1099-085, Lisbonne) et en ligne (le lien d'accès sera indiqué en temps utile).
Argumentaire
L’homme occidental a lutté pendant des siècles contre sa propre animalité, en se réfugiant dans la civilisation et la culture pour éviter le retour aux origines ou à un degré zéro de la nature humaine.
Il s’est servi de son extraordinaire capacité de transformation du vivant en général (ce qui le distingue d’ailleurs des autres animaux) pour créer de nouvelles formes de vie qui ont bouleversé la nature même et la théorie du sujet-animal.
En effet, l’émergence d’une robotique autonome et des manipulations de l’être vivant par la biotechnologie ont donné naissance à des créatures hybrides (clones, cyborgs, robots, et autres créatures artificielles) qui brouillent les frontières entre l’artificiel et le naturel, l’humain et l’inhumain, obligeant l’anthropos à se repenser au miroir de (son) animalité et à reconsidérer aussi ses rapports avec les autres animaux, humains et non humains.
En réalité, la science a modifié la condition humaine à telle point que l’humanité se trouve, peut-être, à un tournant radical de son histoire, puisque l’espèce humaine perd le privilège qui lui fut toujours octroyé au profit d’individus inédits, fabriqués par les nouvelles technologies.
Or dans ce contexte d’indéfinition ontologique, mais aussi d’effondrement tragique de la biodiversité et de l’environnement, où augmentent les inquiétudes concernant l’avenir de l’homme et de ses relations avec les autres espèces, comment préserver une définition de l’humain ? Il devient urgent de repenser le futur de l’humanité à l’aune de nouvelles perspectives, qui supposent, peut-être, le retour à l’animal, à l’animalité ou même à une réanimalisation de l’humain.
L’objectif de ce colloque est de créer un espace éminemment pluriel et interdisciplinaire de réflexion sur cette problématique, en appelant au dialogue entre différentes perspectives et disciplines.
Nous invitons, donc, des propositions de communication dans les domaines des sciences, des littératures, de la théorie littéraire, de la philosophie, de l’histoire, des études culturelles, des arts, tels que la peinture, la photographie, le cinéma, la bande dessinée, etc…
Axes de réflexion possibles
- Antihumanismes, posthumanismes, transhumanismes;
- Animalismes, especismes et zoofuturismes;
- Les rapports de l’homme moderne avec son essence animale et déshumanisation;
- Nouvelles ontologies du corps. Devenirs et métamorphoses. Hybridismes et déformation;
- Effacement des limites ontologiques entre l’humain et le non humain: émergence des rapports triangulaires homme/animal/machine;
- Fictions posthumanistes: utopies et dystopies;
- Zoopoétique de l’hypermodernité: déception posthumaniste et retour de/à l’animal;
- Hommes, animaux et environnement. L’animalité comme mémoire des origines et reconnexion avec les forces de la nature;
- Géocide et déshumanisation : imaginaires de l’apocalypse;
- Biodiversité, conservation des espèces et théories de l’Anthropocène.
Modalités de contribution
Langues du colloque: Portugais, français, anglais et espagnol.
Envoi des propositions: Les propositions de communications devront être envoyées à l’adresse coloquioanimalidade@fcsh.unl.pt
avant le 30 avril 2022,
accompagnées d’un résumé (maximum 250 mots) et d’une courte biographie (maximum 150 mots).
Calendrier:
-
30 avril: date limite pour l’envoi des propositions;
- 15 mai: réponse de l’organisation;
- 30 juin: date limite pour l’inscription au colloque;
- 5 septembre: divulgation du programme;
- 26, 27 et 28 octobre: colloque.
Frais d’inscription
- Participants sans présentation de communication: sans frais d’inscription.
- Étudiants et chercheurs de l’IELT: 50€
- Participants avec présentation de communication:
- du 15 mai au 15 juin: 80€
- du 16 au 30 juin: 100€
L’inscription ne sera considérée comme effective qu’après paiement des frais et réception du justificatif à l’adresse coloquioanimalidade@fcsh.unl.pt, accompagné des informations qui devront figurer sur le reçu, ainsi que de la fiche d’inscription qui sera disponibilisée sur la page du colloque. Le paiement sera effectué par virement bancaire sur le compte de FCSH - Universidade NOVA de Lisboa, dont les coordonnées sont les suivantes:
IBAN: PT50 0018 000321419114020 13
BIC/SWIFT: TOTAPTPL
Publication: Après le colloque, les participants seront invités à soumettre la version écrite de leurs communications pour une sélection en vue de la publication d'un e-book.
Organisation
- Ana Paiva Morais (IELT - NOVA FCSH)
- Carlos Carreto (IELT - NOVA FCSH)
- Márcia Seabra Neves (IELT - NOVA FCSH)
- Sara Graça da Silva (IELT - NOVA FCSH)
Cette annonce est mise à disposition selon les termes de la Creative Commons CC0 1.0 Universel.
